sábado, 4 de dezembro de 2010

Cegos instáveis

Se tu pudesses, por um momento...
Digas... Desejas alguma coisa?

Talvez, terias realizado...
Talvez, desejarias que
Esse momento passasse célere.

Querias que esse tempo se apresentasse
Realmente relativo. Relativo aos desejos teus,
Esse tempo, então, deveria voar e tão logo outro tempo,
Outra época, outro momento se firmar.

Em dado momento na vida, cada um
Pede um pouco mais de tempo...

Aquele outro pede para que o tempo pare,
A fim de que cessem todas as dores –
Angústias intrínsecas àquele instante.

Outro, entanto, pede para voltar o tempo.
Assim, sejam revistas, revividas, descartadas
Meras grandes coisas...

Todo o tempo, olhas para uma direção,
Sem focar a atenção nele...

Presente fragmentado...

O que, afinal, agora tu nos trazes?
Que dizes dessa tosca embalagem?
À frente está, por quê?
Não percebes?
O que descartar? O que, realmente, amealhar?

Sempre olhando outros lugares...
Sempre buscando outras direções...
Sempre esquecendo o foco fulcral presente...

Não abre o pacote...
E fala ainda em essência,
E vê apenas o embrulho sujo,
E julga-o pela aparência...

Para que coisas sejam diferentes, no futuro,
A fim de que tenhas um pouco mais de orgulho
- Do passado -,
Quando esse presente se metamorfosear, 
Algo lhe será dado...

Insatisfeitos ainda, eles não conseguem se firmar...

O chão em que pisas é sempre movediço.
E o amanhã, dizes, será melhor...
Pois nada e por nada é agora suficiente...

A consciência do agora, tu não percebes...
Mais do que qualquer coisa, esse momento é
Tão-somente reles 
Presente desperdiçado...

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