Às vezes, paras e olhas o mundo e o todo ao redor... e seu
desejo é de que tudo não estivesse ali.
Há pressões por todos os lados, e a sensação é de pequenez
diante da imensidão.
Pensas em ficar. Em seguida, refletes e desejas se recolher tão
somente à sua pequenez. Depois, pensas
em ir adiante, fazendo planos de mudar o mundo, mas o muito que podes fazer é mudar
uma ínfima parte de ti... o que é sempre perigoso e dificultoso, dizem
alguns....
O mundo não desvanece diante de ti quando desejas.
As coisas não voltam para um plano-ponto perfeito no
tempo-espaço além (muito além) do aqui...
Aquele que foi, aquilo que foi, tudo passado, tudo que
gostarias, mas não sabes, tudo não volta.
O mundo, um belo palco estranho, marca tua face e teu corpo o
tempo todo... Piores são as indeléveis marcas em tua alma e coração. E em vez
de estar acostumada, depois de tantos deslizes, tombos e caminhos errados,
ainda deixas que aquela lágrima teimosa, impávida e tão orgulhosa tombe devagar
com outros fiéis seguidores... Todos transeuntes escuros e perdidos em seu
rosto inerte...
Pensas em tantas coisas... A muitos, parece (até) fazer
algo... Mas sentes o vazio do mundo na alma e no coração...
Sentas e deténs a si mesma, somente para escutar a melodia
do mundo... Mas a desarmonia fere teus ouvidos...
Vês o mundo lá fora, e todo ele, estranho e roto, fere tuas
pupilas dilatadas, pobres meninas apaixonadas por coisas que aqui não
existem...
Abres o mapa terrível, e lá escrito está que tu estás tão
além deste mundo, terra insana... Nietzsche falaria em montanhas, e tu pensas
tão somente em abismos...
Como ser em um mundo hermético como o que vives?
Como respeitar a natureza de peixe afeito à liberdade preso
em um grande aquário... Presa da racionalidade idealizada, conjunção de uma
noite de dezembro, chuvosa.
Tenha sido uma noite feliz, desejas... Tenha sido uma noite
de amor-amor...
Tenha sido um dia feliz, com o sol a raiar ao longe,
enchendo o cálice da frieza do mundo...
Que dia é este?, perguntas...
Que época é esta...?
E brota o 16 de outubro...
E brota o 16 de outubro...
Disseste há pouco que seria um tempo de mudança... Que tempo
é este?
Que mundo é este?