sexta-feira, 27 de agosto de 2010

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Palampsetos perdidos escondiam a rica certeza de todos eles.
Atravessar o pórtico sempre foi deveras perigoso.
Ultrapassar limites (in)condicionando o ilimitado
É abrir portas dúbias de desconhecidos campos sensoriais.

E quanto mais se abre essa massa encefálica,
Abrigo lodoso de sonhos e quimeras rotas,
Mais me desespero.

Quanto maior o cabedal tosco de insossas ideias,
Satélites de pseudomundos milenares,
Maior essa sensibilidade tola para,
Em minha nubla nebulosa face,
Sentir o tapa da existência de milhares de existentes...

E, sempre ao abrir-me, quedo...
E, sempre ao subir, fecho-me.

Fechada, por ora queria Não-Ser...
Quedada, queria, porque me sei Ser...

Saudade das gotas breves...

Timidez...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Horas Sempre Absurdas

Quebrar o silêncio de Horas Absurdas não é algo fácil, sobretudo ao inaugurar um projeto de um blog. O fato é que eu venho tentando isso há bons e belos anos sem sucesso. Por essas e outras, espero que agora vingue.

Creio que este será um espaço para reflexões sobre uma série de horas passadas, horas preenchidas pelo absurdo da existência.

Haverá, quem sabe, fragmentos pseudopoéticos, pequenos fragmentos cândidos e amorosos; outros nem tanto. Um pouco de fúria vinda de elucubrações de todos os tipos e estilos: um espaço para colocar o pensamento; um espaço para um pouco de reflexão e até mesmo de (não)razão.

As Horas Absurdas, talhadas em mármores que não há, oriundas do mais puro jaspe negro, aquele que jaz aqui e acolá, estão sempre aí para serem vividas e são elas que permitirão a feitura de tudo o que aqui será posto.

É, talvez, uma tosca homenagem a uma Hora Absurda, à verdadeira Hora Absurda, fruto de uma persona dotada de múltiplas pessoas.

Sem mais delongas: já não é mais um silêncio, meu caro Pessoa... O teu e o nosso silêncio não são mais aquelas naus com velas pandas... A hora é nova; a hora é sempre fresca, bela e, inquietantemente, absurda... Sempre absurda...

Venham, horas...